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Retiro do Protocolo SER

Fotos e Texto: Ricardo Casarini

As luzes da sala de práticas Ganesha são baixas, as conversas entre os participantes também são em tom baixo, quase sussurrante. Assentos de Yoga, cobertores e assessórios trazem conforto durante as aulas práticas e teóricas do Retiro do Protocolo SER, baseado no Método Restaurativo, criado pela professora Milla Dezert.

O retiro realizado entre os dias 9 e 14 de julho, que contou com a participação de 40 pessoas vindas de diversas regiões do país, foi o primeiro organizado pela professora Milla e sua equipe para compartilhar o protocolo de redução de estresse e aumento de resiliência, que durante quatro anos foi compilado, baseado no Método Restaurativo.

O retiro foi direcionado para os professores que já trabalham, ou fizeram sua formação no método restaurativo, também criado pela professora Milla Dezert. A professora explica, que nessa primeira experiência de compartilhar o programa do Protocolo SER e, formar novos facilitadores, ela resolveu dar um presente em agradecimento a “dedicação e amorosidade” dos alunos e professores do método restaurativo, que vem sendo trabalhado por ela a quase 12 anos. Neste primeiro retiro os participantes só tiveram que investir os custos com hospedagem e alimentação, sendo que o curso em si não foi cobrado.

O Protocolo SER foi lançado em 2016 e aplicado pela primeira vez para residentes de medicina da USP, em 2017. Durante todo o ano de 2018, e seguindo agora em 2019, o protocolo também está sendo aplicado no CAPS 25 – Centro de Atenção Psicossocial, de Florianópolis, através de um projeto de extensão, de arte, cultura e cidadania, e apresenta resultados bastante significativos em termos de redução de estresse e aumento de resiliência, principal objetivo do programa.

As diretrizes do programa do Protocolo SER foram organizadas em oito sessões, ou oito semanas e envolvem, além de muitos estudos científicos, técnicas do Método Restaurativo e meditação, elementos como compaixão, escuta, afetividade e acolhimento.

O retiro, realizado na Montanha Encantada, foi organizado de modo que os participantes, durante os primeiros dias, pudessem vivenciar e experimentar o Protocolo SER como alunos, sentindo o programa e compartilhando e refletindo todos os sentimentos e transformações com o grupo. A partir da metade do retiro é que os participantes passaram a receber informações mais práticas e teóricas, de como é o trabalho de facilitadores do Protocolo SER.

Para estarem capacitados como facilitadores do Protocolo SER, os participantes do retiro receberam um material bem extenso de estudo prévio e tiveram que fazer uma prova de conhecimentos gerais, aplicada durante o retiro. Além disso, depois da experiência na Montanha, eles devem testar o protocolo, através de uma auto prática, de oito semanas, enviando um relatório para a professora. Ainda para a conclusão da formação os futuros facilitadores precisam organizar um grupo, de entre quatro e seis pessoas, para aplicarem o Protocolo SER, com supervisão.

Depois de muito trabalho e dedicação para organizar todo o conteúdo, material didático e instrumentos de registro do retiro, onde os participantes receberam um manual do aluno e outro do facilitador, a professora Milla Dezert diz estar muito feliz e realizada com o trabalho. “Está sendo muito mais lindo do que imaginava, estou muito feliz em realizar esse trabalho na Montanha Encantada. A equipe da Montanha é muito dedicada e calorosa, o trabalho aqui acontece com fluidez e tranquilidade”, afirma, confirmando que o retiro para facilitadores do Protocolo SER está programado para acontecer todos os anos, no mês de julho, na Montanha Encantada. “Inclusive já temos inscrições para o ano que vem”, conclui com satisfação.